quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Asteca


Talvez o calendário Maia realmente apenas aponte o início de um novo ciclo, assim como acontece todo dia primeiro de janeiro; “talvez o mundo não seja pequeno e nem a vida um ato consumado”; talvez definitivamente exista uma possibilidade de algum evento cósmico ocorrer... talvez... talvez...

O que impressiona não é a imprecisão do talvez, mas a maneira com a qual as pessoas tocam suas vidas... e se realmente fosse o fim do mundo... terminaríamos assim... cheios de viciados em crack perambulando por aí... com os estádios para a copa do mundo prontos, e os corredores dos hospitais funcionando como enfermaria, CTI e sala de repouso... sem ter diminuído a miséria e atenuado a fome e a dor do povo nordestino... sem efetivamente ter dignificado o sexo feminino... sem ter abolido o preconceito em todas as suas manifestações... étnicas, sexuais, religiosas e afins... sem realmente ter feito valer a pena esse curto instante entre o nascer e o morrer...

Muitos são os problemas que evidenciam que o caos está instaurado e que definhamos e que morremos um pouco todo dia... de fome, de medo, de intolerância, de inércia, de pressa, de ansiedade, de depressão, de amor – ainda há aqueles que sofrem por amor, de ignorância, de pedantismo, de puritanismo...

Diante de tudo e de nada, talvez o melhor realmente fosse o Juízo Final... não... definitivamente não... os Maias realmente erraram, pois não há como acontecer um julgamento tão importante em dezembro... eles esqueceram que, pelo menos no Brasil, a Justiça está de férias – não nos esqueçamos que, por vezes, a justiça trabalha... aparece... basta olhar para as periferias...

Uma última e não menos importante palavra... Se o mundo não acabou... pelo menos a importante discussão acerca de tão grandioso acontecimento acabou com a onda de violência em São Paulo... pelo menos no noticiário da Globo.

Beijos nos sobreviventes.

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