sexta-feira, 28 de agosto de 2009

outro

se admitir, termina
a procura não se finda
iniciada, deixa pedaço em mim
sem fim...

o olhar que disfarça
se mostra
a chuva não vem, o tempo
não abre
sem paz
você foge
procuro outro lado.

se-r-es

será que é permitido ser
o que se deseja ser?
expressar, se expor: ser, pensar
e sentir
tudo é como querem, todos são como se querem
pensamentos,
sou tua imagem refletida em mim...
meus olhos enquanto dormem, observam
a libido esta aí, passear pelo antagonismo
de mim mesmo e
ser somente sendo o que se quer ser sendo

um título (untitled)

cansar de ser, de viver o que não se é
olhar e não ver o visto, pois é
a menina está do outro lado
viva, viva!
flor no jardim da frente
respira, respira!
dançar sem mover-se
viver sem perder-se
e chorar
a mágoa, o mundo me trouxe
jogo em mim, toda aquela miséria
dizer, não crer, viver (outro) ser, sem ser
e pronto.

pensar

hoje,
não foi como planejamos
brigas - pra lá do outro lado
largo, profundo é meu ser
sereno, assaz sereno é ter paz
o abismo entre nossos lábios
se desfaz pela ponte de
nossos espíritos
se não foi, é possível
se a vida se deu, em mim em ti
se olho para fora esqueço

(dentro)

amanhã...

eu-mundo

quem sou eu
no mundo
o que é o mundo
em mim
o mundo é meu
pois sou o mundo
o mundo sou eu
não estou no mundo
sou o mundo meu
o mundo
não me entendeu
teu mundo não é meu
meu mundo foi teu
sou teu
o mundo explodiu
com olhares atômicos
palavras nucleares
odioativas
desmanchando
o jogo.
o mundo acabou

o mundo morreu.

problemas, soluções, palavras, dores-amores, mundo e você...

um buraco na alma
um enorme buraco na alma
um buraco enorme na alma
na alma um enorme buraco
na alma um buraco enorme
vazio
dor
fome
no buraco da alma
sem ozônio ou CFCs
apenas existe
sem tamanho exato
sem raio ou diâmetro
sem luz, sem som
sem suor, sem vida
buraco
silêncio
tempo
fim
recomeço

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

vem vambora

Se eu tivesse algo a dizer sobre um “coração leviano”, talvez contasse como se faz para se deixar enganar. Todo doce é mar. Felicidade é objetivo de todo coração passível de engano e que espera um bem. Porém esquece-se que leviano coração não será de ninguém. Rascunho estas palavras, porque não tenho viola... nem talento. Mas me envolvo. A paixão. Com paixão. Sei que não me atualizo e que não uso rebuscamento... (acho desnecessário usar vocábulos que aferem qualquer tipo de conotação... não que não goste de ambiguidade ou requinte estético... na verdade, não tenho saco ou tecido epitelial rugoso). Melancolia... para os fracos e tísicos... prefiro Antártica (-3,5). Já poetizei (mal)... sambei e até esqueci que não venho mais de lugar nenhum. Se o décimo primeiro andar faz refletir, também traz o medo... a altura e o resfriado... divulgação de quê e para quê... ouço problemas que não são meus e ainda guardo tempo para a falta de tempo alheia... brinca-se com os sentidos sem sentido. Por falar em sentir... carnaval não espera mais... sai à rua e pula e dança e ri. Mas não se atira na Lagoa Rodrigo de Freitas. Sou gente. E posso até dizer que “sou assim”... o problema é que também sou assado. Contudo posso dizer que não fiz parte nenhum batalhão... e não quero falar de flores nem de caixão... meu problema é não ter “pressentimento”... meu poema virou amor... bem diferente daquele que findou-se... estranho mundo-cão... no qual todos se usam, não reciclam... trocam e destrocam como se fossemos presentes de lojas chiques e chiliques... e aqui termino... sem saber como terminar... porque não começou... nem durou... nem sonhou... porque “hoje quero apenas uma pausa de mil compassos”... “um samba sobre o infinito”.