quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Último poema com o mesmo tema: um conto que li.

Sonhei com o céu
Por duas ou três vezes
sua entrada era uva e,
inconfundível, se abriu
por um fio
me acolheu.

Que céu receberia um ateu...
... sem culpas, desculpas, sem dor
poderia ser branco, amarelo, vermelho...
mas eis que em um dos sonhos
escureceu...
preto se tornou...

No fim, ao despertar,
me questiono:
o céu existe?

domingo, 23 de dezembro de 2012

Poema retirado de um texto que li outro dia



Loucura ou sanidade:
Limite?
realidade e sonho.
O personagem:
- me exponho?
O leitor:
- sonho!
A imagem na retina.
... O sonho, o desejo...
preto, uva: o presente.
o vinho... o som... o beijo.

Por um fio



imagens e sonhos...
sonhos e imagens...
o real se turva
tudo quase cinza...
toma cores...
preto ou uva...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Asteca


Talvez o calendário Maia realmente apenas aponte o início de um novo ciclo, assim como acontece todo dia primeiro de janeiro; “talvez o mundo não seja pequeno e nem a vida um ato consumado”; talvez definitivamente exista uma possibilidade de algum evento cósmico ocorrer... talvez... talvez...

O que impressiona não é a imprecisão do talvez, mas a maneira com a qual as pessoas tocam suas vidas... e se realmente fosse o fim do mundo... terminaríamos assim... cheios de viciados em crack perambulando por aí... com os estádios para a copa do mundo prontos, e os corredores dos hospitais funcionando como enfermaria, CTI e sala de repouso... sem ter diminuído a miséria e atenuado a fome e a dor do povo nordestino... sem efetivamente ter dignificado o sexo feminino... sem ter abolido o preconceito em todas as suas manifestações... étnicas, sexuais, religiosas e afins... sem realmente ter feito valer a pena esse curto instante entre o nascer e o morrer...

Muitos são os problemas que evidenciam que o caos está instaurado e que definhamos e que morremos um pouco todo dia... de fome, de medo, de intolerância, de inércia, de pressa, de ansiedade, de depressão, de amor – ainda há aqueles que sofrem por amor, de ignorância, de pedantismo, de puritanismo...

Diante de tudo e de nada, talvez o melhor realmente fosse o Juízo Final... não... definitivamente não... os Maias realmente erraram, pois não há como acontecer um julgamento tão importante em dezembro... eles esqueceram que, pelo menos no Brasil, a Justiça está de férias – não nos esqueçamos que, por vezes, a justiça trabalha... aparece... basta olhar para as periferias...

Uma última e não menos importante palavra... Se o mundo não acabou... pelo menos a importante discussão acerca de tão grandioso acontecimento acabou com a onda de violência em São Paulo... pelo menos no noticiário da Globo.

Beijos nos sobreviventes.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Incapacidade lúcida

Hoje queria escrever um poema
qualquer um
sobre qualquer assunto
com qualquer forma
um poema qualquer...

Hoje descobri:
Não sei fazer poemas
Poemas não são para mim. Desisti.