domingo, 17 de maio de 2009

She makes me wonder!

O que escrever? Pergunta recorrente se pensamos o motivo. Sem culpas, des-culpas. Invalido a existência da hesitação pois não há meio-termo. Não é maniqueísmo! É necessidade. De que adiantam questões dialéticas quando se tem fome? De que adianta adiantar ou uma conjugação perfeita, uma vez que sem proteínas nada vai adiante. Complexo pensar, pois pensamento também não dá conta. Hobbesbawn? Não. Nunca houve uma era de revoluções, mas sim pequenas metamorfoses, nunca completas, pois a essência é a mesma: morfo. Romper com o quê? Ligar-me a quê? Contaram-me uma história de amor, pra quê? O prazer venal também é venérico. E o amor de almas, esse deixo para os “crentes”, que acreditam no vazio, e mesmo assim pensam estarem cheios. Uma penca de antíteses, sinal de confusão, perdição, contradição. Claro que não. Se não há verdades, como contrariá-las? Há linguagem e não antilinguagem, pois sendo o que é já é linguagem. Nos reduzimos ao absurdo. Nos devoramos com os olhos, mãos, armas e com o tédio...

Sim... parei para pensar. É assim que aprendemos. Ao invés de recursos sintáticos, pausas... coitados dos gagos... essas devem aterrorizá-los... mas pensei e lembro-me de um samba, que se não é dos melhores, é melhor por ser samba. Sou autocrata, o samba é melhor porque é dom, não é enlatado, pode ser quadrado, mas isso a gente arredonda.

O samba diz assim “tire o teu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor”... não sofro, pelo contrário. Parafraseando o poeta. Tudo vai bem e o coração também. Coitado, era cardíaco e o coração parou. O samba me chegou, porque vem vem de Mangueira; para dar cabo desse meu vazio, ofusca minha retina com os cantos, pois não tem jeito, há de se saber sofrer, porque é assim, sem lamentos, e há sempre de ser: “a mão que faz a bomba, faz o samba”.

Um comentário: